Terra vive nesta quarta-feira o dia mais curto do ano
Fenômeno ocorre devido a uma leve aceleração na rotação do planeta. Mudança é imperceptível, mas intriga cientistas.

Nesta quarta-feira, 9 de julho, a Terra completará uma volta ao redor de seu próprio eixo em um tempo ligeiramente menor do que o normal, o que faz deste o dia mais curto do ano. A diferença será de apenas 1,30 milissegundo, ou seja, menos de um milésimo de segundo — imperceptível no nosso cotidiano.
🌎 A rotação média da Terra dura 86.400 segundos (exatas 24 horas). No entanto, nesta quarta, o planeta estará um pouco mais acelerado e completará a rotação com uma pequena antecipação.
Apesar de parecer estranho, não há motivo para preocupação. Para efeito de comparação, um piscar de olhos leva cerca de 300 milissegundos, o que torna o encurtamento do dia absolutamente imperceptível. Ainda assim, o fenômeno desperta a curiosidade de cientistas ao redor do mundo.
E não é um caso isolado
Além desta quarta-feira, outros dois dias de 2025 também devem ser ligeiramente mais curtos:
- 22 de julho: menos 1,38 milissegundo
- 5 de agosto: menos 1,51 milissegundo
Variações assim não são raras. Em 2020, por exemplo, a Terra registrou os 28 dias mais curtos desde que se passaram a usar relógios atômicos, na década de 1960. O recorde até então havia sido em 5 de julho de 2005, com 1,0516 milissegundos a menos.
Esse recorde foi superado em 19 de julho de 2020 (com 1,47 milissegundos a menos) e novamente em 29 de junho de 2022, quando a Terra teve o dia mais curto já registrado, com 1,59 milissegundo a menos.
Por que isso acontece?
De acordo com Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, a Terra naturalmente desacelera sua rotação com o passar dos bilhões de anos — no passado, um dia durava cerca de cinco horas. No entanto, essa desaceleração não é constante, podendo haver pequenas acelerações temporárias, como a que ocorre atualmente.
Essas mudanças são influenciadas por diversos fatores, como:
- Movimentação do núcleo líquido da Terra
- Dinâmica dos oceanos e da atmosfera
- Efeitos gravitacionais da Lua e do Sol
Apesar das teorias, os cientistas ainda não sabem ao certo por que essas variações acontecem.
E se a Terra continuar se adiantando?
Mesmo mudanças pequenas podem se acumular ao longo dos anos e afetar a contagem oficial do tempo. Para ajustar esse descompasso, os cientistas utilizam, desde 1973, o chamado "segundo bissexto", que pode ser positivo (adicionado ao relógio) ou negativo (retirado), dependendo da rotação do planeta.
Até hoje, 27 segundos bissextos já foram adicionados. Se a Terra continuar acelerando, será preciso remover um segundo dos relógios — algo que nunca foi feito.
“Se os dias mais curtos continuarem, podemos precisar de um segundo bissexto negativo. Mas ainda não sabemos se isso será necessário ou por quanto tempo a tendência vai durar”, explicou o pesquisador Jones.
Com informações do g1
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